quarta-feira, 29 de outubro de 2008

A Arte da Defumação


A defumação na Historia



Ninguém sabe quando a humanidade começou a usar as plantas
aromáticas. Estamos razoavelmente seguros de que os sentidos do
homem antigo eram bem mais aguçados, e o sentido do olfato foi
crucial para sua sobrevivência. Há evidência do período Neolítico de
que ervas aromáticas eram usadas em culinária e medicina, e que
ervas e flores eram enterradas com os mortos. A fumaça ou fumigação
foram provavelmente um dos usos mais antigos das plantas, como parte
de oferendas rituais aos deuses. Era provavelmente notado que a
fumaça de várias plantas aromáticas tinha, entre outros, efeitos
alucinógenos, estimulantes e calmantes. Gradualmente, um conjunto de
conhecimentos sobre as plantas foi acumulado e passado a centenas de
gerações de xamãs.

Os seres humanos tem uma ligação muito forte com as plantas. As
plantas aromáticas tem sido honradas de um modo especial desde os
tempos antigos. Eram utilizadas em rituais religiosos e mágicos,
assim como nas artes curativas. Estas três práticas eram
fundamentais para a existência humana (ainda hoje continuam sendo).

As grandes civilizações desaparecidas do Oriente Médio e do
Mediterrâneo glorificavam os aromas, que faziam parte de suas vidas.
Creio que conhecer um pouco da história dos aromas e da defumação
mágica, é uma introdução adequada para sua prática.

Descendentes de Atlântida

Há 4000 anos, existia uma rota de comércio onde se cruzavam as
culturas mais antigas do Mediterrâneo e da África. Através dela,
acontecia o comércio e troca de diferentes mercadorias como por
exemplo: ouro, olíbano, temperos e especiarias em geral;
consequentemente, trocavam conhecimentos de suas diferentes
culturas. E foi bem no meio desta rota que nasceu a maior
civilização desta época: "O Egito".

A antiga civilização do Egito era devotada em direcionar os sentidos
em direção ao Divino. O uso das fragrâncias era muito restrito.
Inicialmente, sacerdotes e sacerdotisas eram as únicas pessoas que
tinham acesso a estas preciosas substâncias. As fragrâncias dos
óleos eram usadas em perfumes, na medicina e para uso estético, e
ainda, para a consagração nos rituais. Eram queimados como incenso.
Sobre as paredes das tumbas dos templos antigos perdidos no deserto,
há um símbolo que aparece com freqüência que parece uma fumaça que
sai dele mesmo. Isto confirma que no Egito se utilizava o incenso
desde tempos antigos. Quando o Egito se fez um país forte, seus
governantes importaram de terras distantes incenso, sândalo, mirra e
canela. Esses tesouros aromáticos eram exigidos como tributo aos
povos conquistados e se trocavam inclusive por ouro. Os faraós se
orgulhavam em oferecer às deusas e aos deuses enormes quantidades de
madeiras aromáticas e perfumes de plantas, queimando milhares de
caixas desses materiais preciosos. Muitos chegaram a gravar em
pedras semelhantes façanhas.

Os materiais das plantas aromáticas eram entregues como tributos ao
estado, e doados a templos especiais, onde se conservavam sobre
altares como oferendas aos deuses e deusas. Todas as manhãs as
estátuas eram untadas pelos sacerdotes com óleos aromáticos. Se
queimava muito incenso nas cerimônias do templo, durante a coroação
dos faraós e rituais religiosos. Se queimavam em enterros para
extrair do corpo mumificado os espíritos negativos.

Sem dúvida o incenso egípcio mais famoso foi o Kyphi. O Kyphi se
queimava durante as cerimônias religiosas para dormir, aliviar
ansiedade e iluminar os sonhos.

Os Sumérios e os Babilônios

É difícil separar as práticas destas culturas distintas já que os
Sumérios tiveram uma grande influência dos babilônios, e
transcreveram muita da literatura dos seus antepassados para o
idioma sumério. Sem engano sabemos que ambos os povos usavam o
incenso. Os Sumérios ofereciam bagas de junípero como incenso à
deusa Inanna. Mais tarde os babilônios continuaram um ritual
queimando esse suave aroma nos altares de Ishtar.

Tudo indica que o junípero foi o incenso mais utilizado, eram usadas
outras plantas também. Madeira de cedro, pinho, cipreste, mirto,
cálamo e outras, eram oferecidas às divindades. O incenso de mirra,
que não se conhecia na época dos Sumérios foi utilizados
posteriormente pelos babilônios. Heródoto assegura que na Babilônia
queimaram uma tonelada de incenso. Daquela época nos tem chegado
numerosos rituais mágicos. O Baru era um sacerdote babilônio esperto
na arte da adivinhação. Acendia-se incenso de madeira de cedro e
acreditava-se que a direção que a fumaça levantava determinaria o
futuro, se a fumaça movia-se para a direita o êxito era a resposta,
se movia-se para a esquerda a resposta era o fracasso.

Os gregos e romanos

Estes povos acreditavam que as plantas aromáticas procediam dos
deuses e deusas. O povo chegou a consumir tantos materiais
aromáticos para perfumar-se que no ano de 565 foi decretada uma lei
que proibia utilizar essenciais aromáticas pelas pessoas com temor
de não ter suficiente incenso para queimar nos altares das
divindades.

Nativos americanos

Os nativos americanos vivem em harmonia com a terra, reverenciam-na
como geradora de vida. Os nativos americanos desde muito tempo tem
conhecido o valor e poder de cura das plantas de poder, usadas em
tendas de suor, dança do tambor etc. Queima se sálvia, cedro e
resinas para limpeza de objetos de poder. É usada para a saúde e o
bem estar de sua tribo.

Incenso do Templo

Desde épocas mais antigas, as substâncias aromáticas naturais de
plantas tem um papel vital na vida diária dos povos. Estas ligações
vitais entre povos e plantas perderam-se, e muitos de nós perdemos o
toque com a terra e com nosso próprio estado de saúde.

De acordo com o Zohar, oferecer incenso é a parte a mais preciosa do
serviço do templo para os olhos do grande deus. Ter a honra de
conduzir este serviço, é permitido somente uma única vez na vida.
Diz-se que quem teve o privilégio de oferecer o incenso está
recompensado pela sorte com riqueza e prosperidade para sempre,
neste mundo e no seguinte.

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