quarta-feira, 25 de março de 2009

A SAIDA DOS ORIXÁS

A SAIDA DOS ORIXÁS

Por Rubens Saraceni

Então chegou o momento que Olorun determinou que os seus filhos e filhas Orixás iniciassem a saída de sua morada interior e começassem a ocupar sua morada exterior.
A Oxalá coube a primazia, porque ao sair, ele que é o espaço em si mesmo, cria­ria o meio ou o espaço indispensável para que os outros Orixás pudessem se deslocar e dar início à concretização de sua morada exterior com a criação dos mundos que seriam ocupados pelos seres espirituais.
Não foi fácil para nenhum dos Orixás deixar de viver na morada interior, no ín­timo do Divino Criador Olorun.
Para Oxalá foi mais difícil ainda, porque ele, o primogênito, iniciaria a saída. Quan­do se viu diante do portal de saída, virou-se e contemplou mais uma vez o rosto de Olorun que o contemplava com os olhos fixos e sérios, como a dizer-lhe: “Vá em frente, meu filho! Eu sou você por inteiro e você é parte de mim.”
Oxalá olhou cada um dos seus irmãos e irmãs divinos, e dos olhos deles corriam lágrimas.
Ele curvou-se, cruzou o solo divino que ainda pisava, tocou-o com a testa, beijou-o, e dos seus olhos caíram lágrimas que cintilaram ao tocá-lo.
E ali suas lágrimas ficaram incrustadas no solo, como uma marca de sua partida. E, em cima dele muitas outras lágrimas haveriam de ser derramadas pelos outros Orixás, a medida que fossem partindo.
Oxalá levantou e virou-se novamente para o portal. E, já resoluto, avançou por ele com passos firmes mas, a medida que foi saindo, seu corpo explodiu e um clarão ofuscante que se projetou no infinito, clareando em volta da morada exterior do nosso Divino Criador Olorun.
E Oxalá curvou-se após ter dado o primeiro passo e cruzou o espaço à sua frente. Então levantou, já não tão ereto como quando saíra, deu um segundo pas­so e aí se curvou e cruzou o espaço à sua frente pela segunda vez... e quando Oxalá se curvou pela sétima vez e cruzou o es­paço a sua frente, já não conseguiu se levantar senão só um pouco, e ainda assim porque apoiava-se em seu cajado, que é o eixo sustentador do mundo manifestado, denominado paxorô.
Ele voltou-se na direção em que fica­va a sua morada interior e já não a viu, pois o que viu foi o espaço vazio in­fi­nito em sua volta. E ele olhou para toda a sua volta e não viu nada além do espaço vazio.
Então, o peso da sua responsabilidade foi tanto, que ele caiu de joelhos e com a voz embargada emitiu essas frases:
- Pai, por que fez isso comigo se o amo tanto?
- Pai, por que separou-me de você, se me sinto parte do senhor?
- Pai, sem o senhor eu sou o que vejo em minha volta, nada, meu pai amado!
- Por que, meu pai amado?
E Oxalá, de joelhos e apoiado em seu cajado, chorou o mais dolorido pranto já ouvido desde então na mo­rada exterior. E todos os outros Orixás, que es­tavam do lado de dentro da morada interior e o viam a apenas sete passos do portal de saída, emo­cio­naram-se tanto com o pranto dele, que também se ajoelharam e chora­ram o mais sentido dos cho­ros, pois tanto choraram a angústia dele quan­to a que sen­tiam, porque tam­bém teriam que deixar a morada interior.
Olorun, vendo todos os Ori­xás ajoelhados e chorando, ordenou:
- Meu filho Ogun, o espaço já existe na minha morada exterior. Agora é sua vez de levar para ela o seu mistério e abrir os caminhos para que seus irmãos e irmãs possam segui-los em segurança o viven­ciarem os destinos que reservei para cada um. Siga sempre em frente, pois já existe um caminho feito por mim e trilhado por Oxalá. E, ainda após você dar o sétimo pas­so só veja o espaço infinito em sua volta e nada mais, no entanto, onde seu pé direito pousar no seu sétimo passo, ali se iniciará o caminho que o conduzirá até onde ele se encontra agora.
- Meu amado pai Olorun, eu vejo meu amado irmão bem ali, ajoelhado diante do portal de saída dessa sua morada, meu pai!
- Ogun, assim que você der o primeiro passo depois da soleira desse portal você só verá o vasto e infinito espaço vazio, à sua volta. Não titubeie pois só encontrará o caminho que o levará até Oxalá, caso de sete passos resolutos, meu filho.
- Assim diz o meu pai e meu Divino Criador Olorun, assim farei, meu pai ama­do!
E Ogun despediu-se e cruzou o portal de saída. E quando deu o primeiro passo e olhos à sua direita e à sua esquerda e na­da viu além do espaço ainda vazio, mas infinito em todas as direções, um tremor percorreu-lhe o corpo de cima para baixo. Mas ele continuou a caminhar.
E ao dar o sétimo passo com o seu pé direito, Ogun ajoelhou-se e cruzou o espaço vazio diante dos seus pés. E cruzou o espaço acima da sua cabeça; e cruzou o espaço a sua frente; e cruzou o espaço a suas costas; e cruzou o espaço a sua direita; e cruzou o espaço a sua esquerda... e viu seu irmão Exu, que deu uma gar­ga­lha­da e, à guisa de saudação, falou-lhe:
- Ogun, meu irmão! Que bom vê-lo aqui do lado de fora da morada do nosso pai e nosso Divino Cria­dor Olorun! Por que você demorou tanto para sair?
- Exu,é bom revê-lo, meu irmão! O que você faz por aqui?
- O que eu faço por aqui?
- Foi o que lhe perguntei, Exu.
- Eu já ando por aqui há tanto tempo, que eu nem sei a quanto tempo eu ando por aqui, sabe?
- Não sei não. Explique-se, Exu!
- Ogun, lá vem você com seus pedi­dos de explicação de novo!
- Explique-se, está bem?
- Já que você insiste, digo-lhe que é por causa do fator adiantador que gero, sabe?
- Não sei não, Que fator é esse?
- Bom, até onde eu já sei, ele faz com que eu chegue sempre adiantado nos acontecimentos e este é um acon­te­cimento e tanto, não?
- Que é um acontecimento e tanto, disso não tenho dúvidas. Mas, como você chegou aqui, se só Oxalá havia saído?
- Ah, Oxalá passou por aqui mas, como ele estava muito triste e derramando lágrimas, eu achei melhor ir até ele quando ele deixar de derramar lágrimas. Afinal, eu gero o fator hilariador, não o entristecedor, sabe?
- Já estou sabendo... porque Exu ri até sem motivos.
- Ogun, a falta de motivos para se rir é algo hilário, ainda que muitos pensem o contrário. Mas, se irmos atrás dos motivos da falta de risos, aí vemos que é algo tão tolo, que se torna hilário.
- É se Exu está adiantado e diz isso, então você já sabe de algo que logo des­cobrirei, certo?
- Foi o que eu disse, Ogun.
- Então Oxalá não tinha nenhuma ra­zão para sentir-se tão triste e angustiado. É isso, Exu?
- Não mesmo Ogun! Logo logo, isso aqui estará fervilhando, de tantos seres que estão à espera da concretização dos mundos que todos os que ficarem na mo­rada interior desejarão vir para cá. E isto aqui estará tão cheio, que muitos desejarão retornar à ela, sabe?
- Ainda não sei, mas, se você, que chegou aqui antes do espaço existir, e não sei como, está dizendo, então logo saberei.
- E então, para onde você está indo, Ogun meu irmão à minha direita?
- Vou até onde está Oxalá, Exu.
- Posso acompanhá-lo?
- Pode sim, com você ao meu lado esquerdo, creio que não me sentirei tão só, não é mesmo?
- Se é Ogun! Comigo no seu lado esquerdo ninguém nunca se sentirá só.
- Então vamos, Exu. Já vejo o caminho que conduz até Oxalá.
- Você vai seguir os passos dele?
- Vou, Exu.
- Você não quer seguir por uma caminho alternativo que é mais curto?
- Caminho alternativo? Que caminho é esse?
- É um atalho, um desviozinho! Mas leva até ele do mesmo jeito, certo?
- Errado, Exu! Atalhos ou desvio­zinhos podem levar a muitos lugares, mas nunca levarão alguém até Oxalá ou qual­quer outro lugar, pois todos eles levam aos seus domínios, que estão localizados na vazio. Isso sim, é certo!
- Tudo bem que isso é certo. Mas uma passadinha nos meus domínios não faz mal a ninguém, sabe?
- Não sei e não quero saber. Quem quiser que siga seus convites. Vamos?
- Vamos para onde?
- Ao encontro de Oxalá, oras!
- Não, não!
- Por que não?
- Esse caminho que leva a Oxalá é muito reto, é retíssimo mesmo! E Exu só trilha caminhos tortos ou tortuosos, sei lá!
- Até a vista, Exu!
Ogun seguiu o caminho que conduzia até Oxalá. Logo chegou onde ele estava. Após saudá-lo cruzando o solo e o espaço à frente dele, levantou-se e os dois abra­çaram-se.
Então ficaram no aguardo da chegada dos outros Orixás que não demoraram a chegar. E quando passou muito tempo sem mais nenhum outro aparecer, inicia­ram suas funções de poderes criadores na morada exterior do nosso Divino Cria­dor, gerando essas e muitas outras lendas sobre eles, que contaremos em outro livro.

Texto extraído do livro
“Lendas da Criação - A saga dos Orixás”
Autor Rubens Saraceni, Editora Madras.

Pantera Negra - Exu ou Caboclo?

Pantera Negra
EXU ou Caboclo?

Por Ras Agdeabo - Edmundo Pelizari

No rico universo místico da Umbanda, existem entidades pouco conhecidas eestudadas. Com o tempo, é natural que algumas delas sejam esquecidas pornós. Uma delas é Pantera Negra, celebrado por uns como caboclo e por outroscomo exu.
Seu Pantera era mais conhecido pelos umbandistas de antigamente, quandomuito terreiro era de chão batido, caboclo falava em dialeto, bradava alto ecuspia no chão.
Nas sessões ele comparecia sempre sério, voz de trovão, abraçando bemapertado o consulente que atendia. Não gostava muito de falatório, queriamesmo é trabalhar.
O tempo foi passando e raramente o encontramos nos centros, tendas e outrosagrupamentos de nossa Umbanda. Aonde terá Seu Pantera ido?
O falecido Pai Lúcio de Ogum (Lúcio Paneque, de querida memória), versadonos mistérios da esotérica Kimbanda, que se diferencia da popular Quimbandae está distante da vulgar Magia Negra, dizia que Pantera Negra era chefe deuma Linha de Caboclos que atuam na Esquerda.
Estes caboclos, explicava Pai Lúcio, eram espíritos oriundos de tribosbrasileiras muito isoladas e desconhecidas, ou de tribos das ilhas do Caribe, Venezuela, México e mesmo dos Estados Unidos.
Índios fortíssimos, arredios e alguns até brutos, as vezes gostam de marcarseus "cavalos", ordenando que coloquem na orelha uma pequena argola e nobraço uma espécie de pulseira de ferro.
Ainda costumam receber suas oferendas em encruzilhadas na mata, navizinhança de uma grande árvore. Podem ser assentados em potes de barro comervas especiais, terra de aldeia indígena e outros elementos secretos, quesão consagradas por sacerdotes iniciadas nos mistérios destes espíritos. Pai Lúcio ainda dizia, que a maioria dos médiuns destes caboclos são homens.
Os mais conhecidos, além de Pantera Negra, são : Caboclo Pantera Vermelha,Caboclo Jibóia, Caboclo Mata de Fogo, Caboclo Águia Valente, Caboclo CorcelNegro e Caboclo do Monte.
Alguns irmãos umbandistas conhecem estes trabalhadores astrais, com o nomede Caboclos Quimbandeiros.
Pantera Negra aparece como caboclo e exu, mesmo fora da Umbanda. Na regiãoSul do Brasil, principalmente, o encontramos dentro de um grupo muitoespecial, chamado de Caboclos Africanos.
Ali ele se manifesta com o nome de Pantera Negro Africano, ao lado deArranca-Caveira Africano, Arranca-Estrela Africano e Pai Simão Africano,entre outros. A maneira de atuar destes entes é muito parecida com a dosCaboclos Quimbandeiros, sendo confundidos com frequência.
Alguns adeptos e médiuns que trabalham com estas entidades, acreditam que éo mesmo Pantera.
Porém Seu Pantera Negra vai além. Seu culto é encontrado nos Estados Unidose no Caribe, como tive a oportunidade de conhecer, dentro do XamanismoNativo, Santeria Cubana (ou Regla de Ocha) e Palo Monte.
Lembro de David Lopez, um santero de Porto Rico. Quando ele fez dezesseisanos, sua tia, Dona Carita, o levou a uma festa de Orixá e ali ele desmaiou.Aconselhado por um babalawo, David resolveu fazer o santo. Antes dainiciação para seu Orixá, como de costume no Caribe, foi celebrado um ritualem honra aos ancestrais (eguns). Na celebração, incorporou em nosso amigoum espírito de índio bravíssimo... Batia muito no seu magro peito evociferava como se estivesse em uma guerra. Quando foi pedido o seu nome,disse o indígena: sou Pantera Negra!
Vi o mesmo tipo de transe aqui no Brasil, em raros médiuns de Seu Pantera,como o querido irmão Mário (Malê) de Ogum, sacerdote umbandista.
No Haiti ele é conhecido como Papa Agassou (Pai Agassou) e aparece como umanegra pantera e não mais como índio.
A tradição considera que ele veio da África, da região do antigo Dahomé,onde era celebrado como totem e protetor da Casa Real. O primeiro nobre desta linhagem, contam os mais velhos, foi um homem-fera, pois tinha paipantera e mãe humana.
Agassou é muito temido, pois é profundamente justo e não perdoa os fracos decaráter. Poucos médiuns conseguem suportar a incorporação dele ou de outrosespíritos da família das panteras. É necessária muita preparação, firmeza depensamento e moralidade. Do contrário, e isto realmente acontece, o médium começa a sangrar muito durante a incorporação. É terrível.
Em outras ilhas do Caribe, também encontramos seguidores de Pantera Negra..Alguns o invocam como espírito indígena e outros como uma força africana,meio homem, meio felino.
No Brasil, ouvi as mesmas recomendações de pessoas que cultuam ou trabalhamcom Pantera Negra. Pai Lúcio me disse, que os aparelhos de Seu Pantera nãocostumavam beber, falar demais ou serem covardes. Eram disciplinados,verdadeiros guerreiros modernos.
Em certos rituais de Pajelança Cabocla, podemos ouvir o bater incessante domaracá e o chamado do pajé, que canta:
*YAWARA Ê!*
*YAWARA Ê!*
*HEY YAWARA,*
*YAWARA PIXUNA,*
*PIXUNA Ê, YAWARA,*
*YAWARA, YAWARA!*
Yawara Pixuna, quer dizer Pantera Negra. Alguns traduzem como Onça Negra. Ocanto acima, pode ser utilizado para afastar espíritos maléficos, que fogemao ouvir este nome mágico.
Caboclo ou Exu, Pantera ou Onça, brasileiro ou estrangeiro, ele é mais ummistério que Zambi animou. O tempo passa, mas Pantera Negra ainda persiste.
SALVE PANTERA NEGRA!
*Edmundo é Teólogo especialista em religiões Afro-Caribenhas,*
*o que é fruto de uma vida dedicada ao estudo superior e livre das religiões.*
*Este conteúdo faz parte do curso que *
*Edmundo vai ministrar sobre o universo da Kimbanda.*
Quer saber mais sobre está linda entidade, ou outras acesse o site e associe-se
Recebendo todas as materias postadas aqui e nos Blogs do Baiano Setembrino e do Caboclo Guaracy em tempo real

**UMBANDA O PRONTO SOCORRO ESPIRITUAL**

**UMBANDA O PRONTO SOCORRO ESPIRITUAL**

Quem é umbandista já se deparou inúmeras vezes com casos de obsessão, em que o consulente já recorreu a vários meios para se libertar das amarras dos espíritos trevosos; E para aquele que não conhecem a Umbanda genuína fundada pelo Caboclo Das Sete Encruzilhadas, começará a entender os meios e métodos usados por caboclos, Preto-Velhos e Exus para a libertação permanente ou temporária do obsediado, que chega em um centro de Umbanda muitas vezes em processo de possessão ou seja o espírito obsessor já tomou a consciência do obsediado que se não for tratado em um meio espírita, logo-logo irá parar em um manicômio. -lembro-me de uma passagem no livro "Lindos Casos De Seu Bezerra De Menezes", que por horas tenta doutrinar um espírito obsessor, que encontrava-se "endurecido" ao extremo; As palavras racionais carregadas de amor e carinho não surtiam efeito e o espírito teimava em continuar em seu processo de obsessão; seu Bezerra De Menezes, não perdendo a calma mas sendo enérgico diz: Você precisa de prisão e não de conselhos. E, virando-se para os companheiros, em redor da mesa, em concentração,- Então chame-se a polícia. Pergunta! o que aconteceu a esse espírito? -com certeza a polícia do astral o prendeu, como a nossa polícia prenderia qualquer mal-feitor aqui na terra.Na Umbanda, que na maioria das vezes age como um pronto-socorro espiritual as coisas se dão de modo parecido com esse caso de seu Bezerra de Menezes, pessoas com enorme dificuldade de se espiritualizar interiormente, pela doutrina espiritual e pelos bons atos diários. Caem quase sempre em processo de obsessão simples ou mais grave ainda em possessão; não caem nestes processos por serem maldosos, mas por serem ignorantes, ou seja, desconhecedores das leis maiores pregadas de formas simples e objetivas pelo Rabi da Galiléia (Jesus). A pessoa obsediada ao chegar em um centro de Umbanda, receberá um tratamento quase sempre emergencial de libertação de seu (s) obsessor (s). Peguemos o exemplo do atendimento de um caboclo, o mesmo através de sua hierarquia espiritual e da manipulação de algum material da terra, tal como a ponteira (objeto de ferro semelhante a uma flecha); Libertará o consulente do ou dos obsessores, mas mostrará a pessoa libertada a onde está a falha que causou tal processo, assim também ocorre com os Pretos-Velhos que libertarão da obsessão, mas o consulente não se escapará de uma reprimenda se a falha for dele.Já os Exus guardiães do lado oposto dependendo de seu grau de evolução libertarão o consulente, mas a pessoa ficará sob suas leis, ou seja, se errar nas leis do amor e na justiça para com o seu semelhante, Exu saberá e a lei do retorno irá ser executada, pelo mesmo Exu, que outrora o libertou.- observando tais explicações de como ocorre e porque é feito desta maneira chegamos à conclusão de que Caboclos, Preto-velhos, crianças e Exus, agem como paliativos de nossas chagas interiores; Nós se temos realmente amor, carinho e respeito por nossos amigos, irmãos e mentores espirituais, procuremos nos reformar no interior de nós mesmos para não darmos mais trabalho, como crianças rebeldes de nossas obrigações, para com nossos guias e protetores amados, que nos carregam no colo como pais adorados, amigos e devotos de seus filhos inquietos e rebeldes, que só darão valor o dia que os perderem, pois todos os espíritos independentes de seu grau de evolução, também obedecem às leis do universo, que são imutáveis e eternas e uma delas diz: que o semelhante atraí o semelhante.


Mediunidade não é sinônimo de "mágica‏”


Mediunidade não é sinônimo de "mágica‏”


Todo Guia de Umbanda tem um compromisso firmado no Astral Superior dedesenvolver em seus médiuns e tutelados, as condiçõesnecessárias para que ambos exerçam suas tarefas no planofísico.
Todo médium de Umbanda, muito embora faça parte de umacoletividade, passa por um aprendizado individual e um aprimoramentoconstante, a fim de assumir as responsabilidades com seus Guias e Protetores com outorga desse mesmo Astral Superior.
Para que haja uma boa sintonia e um bom aprendizado, o médium devebuscar ser dedicado, assíduo, perseverante e paciente.
Através da dedicação ao trabalho o médium ampliará a suafaixa de sintonia com os seus Guias e Dirigentes Espirituais da Casa quefaz parte, colocando-se à disposição para o serviço que nãocomeça e nem tampouco termina no momento do transe mediúnico.
A questão da assiduidade firmará no médium a disciplina, queé elemento indispensável na execução dos trabalhos. Quando omédium age com assiduidade a Espiritualidade sabe que sempre terácom quem contar.
A perseverança fará o médium compreender que aconteça o queacontecer, ele, o médium deve permanecer na caminhada abraçadaindependentemente da compreensão de outras pessoas.
Embora muitas vezes esteja rodeado de outros irmãos o médium vaise sentir sozinho, pois ele tem um caminho interior a trilhar cabendosó a ele escalar as etapas que se sucederem, bem como as montanhas da"calúnia", da "inveja", e do "comodismo alheio".
A paciência auxiliará ao médium na busca da serenidade,renunciando assim a irritação e ao imediatismo mediúnico que tantoprejudicará o bom andamento do seu aprendizado.
Mediunidade não é sinônimo de "mágica" e, portanto, omédium não sabe tudo. Claro que há os mais experientes porterem começado sua caminhada nos primeiros toques dos clarins, tendojá vivenciado alguns ensinamentos, porém sempre estarãoaprendendo.
Ainda vemos hoje, muitos irmãos se perguntado: por que meus Guias não se apresentam logo? Porque não riscam seu ponto? Porque nãome mostram logo tudo? Porque que eu que estou a mais tempo na Casa não sinto e nem percebo o que esse irmão que tem menos tempo sentee percebe? E assim seguem fazendo mais umas tantas perguntas...
Mas será que ao invés de só perguntarem, esses médiuns buscam responder para si mesmos como está o seu procedimento ou suaconduta como médium?
Guias e médiuns trabalham em parceria. A época do "guiísmo"já passou.
E assim como as Entidades esperam o tempo dos médiuns,estes devem aprender o significado do silêncio por parte de seus Guias.
Que Oxalá abençoe a todos os filhos de Umbanda!