A Vida dos Orixás
A religião dos Orixás esta ligada à família. As famílias numerosas, originárias de um mesmo antepassado, que engloba os vivos e os mortos. O orixá seria, em princípio, um ancestral divinizado, que em sua vida estabeleceu vínculos que lhe garantiram um controle sobre certas forças da natureza.
O poder, AXÈ, do ancestral-Orixá, teria após a sua morte, a faculdade de encarnar-se, momentaneamente, em um de seus descendentes durante um fenômeno de possessão por ele provocado.
A passagem da vida terrestre a condição de Orixá desses seres excepcionais, possuidores de um axé poderoso produz-se em geral, em um momento de paixão/ira.
Esses antepassados divinizados não morriam de morte natural. Possuidores de um axé muito forte, sofriam uma metamorfose nesses momentos de crise emocional, provocado pela cólera e outros sentimentos violentos. O que neles era material desaparecia, queimado por essa paixão, e deles restava somente o axé, poder em estado de energia pura. Era preciso para que o culto pudesse ser criado, que um ou vários membros da família tivesse sido capaz de estabelecer odu orixá, “um vaso enterrado no chão, até mais ou menos três quartos de sua altura, pelos seus adeptos”. Ele serve de recipiente ao objeto suporte da força, “o axé do orixá”. Este objeto suporte é a “base material palpável, estabelecida pelo orixá, que receberá a oferenda e será impregnada pelo sangue do animal sacrificado; devidamente sacrilizado, será o traço de união entre os homens e a divindade”.
A natureza desses objetos está ligada ao caráter do deus, quer por ele ser uma emanação como a pedra, edun ara de Xangô, ou um seixo do fundo do riacho, ota de oxum, etc..
O Orixá é uma força pura, axé imaterial que só se torna perceptível aos seres humanos, incorporando-se em um deles, possibilitando ao orixá, voltar a terra para saudar e receber provas de respeito dos que o evocam. Nas cerimônias de adoração ao ancestral divinizado, que ao incorporar-se ao yiawo, reencontra, por alguns instantes, sua antiga personalidade espiritual de outra com sua qualidades e seus defeitos, seus gostos, suas tendências, seu caráter agradável ou agressivo, voltando assim, momentaneamente a terra, entre seus descendentes, durante cerimônia de evocação, os orixás dançam diante deles e com eles, recebendo seus comprimentos “ouvem suas queixas, concedem graças, resolvem suas desavenças e consola seus infortúnios. O mundo celeste não está distante, nem superior, e o crente pode conversar diretamente com os deuses e aproveitar da sua benevolência.
Na África cada orixá estava ligado, originalmente, a uma cidade ou a um país inteiro. Tratava-se de uma série de cultos regionais ou nacionais, Sangò em Oyó, Iemòjá em Egbò, Ýewá em Egbado, Ogum em Ekiti e Ondò, Osum em Ilesa e Ijebú, Erinlè em Olobù, Logunede em Ijesa, Otin em Inixa, Oxalá-Obatala em Ifé, subdividido em Osolufan em Ifam e Osoguian e Ijigbò.
Os Orixás viajaram, em seguida para outras regiões africanas, levados pelos povos no curso de suas migrações. Se as pessoas formavam um grupo numeroso, o Orixá tomava tal amplitude que englobava o conjunto da família, e alguns olorixás, asseguravam o culto para todo o grupo. Se alguém fixava com sua família restrita a sua mulher e seus filhos, o Orixá assumia uma feição pessoal. Quando o africano era transportado para o brasil, o Orixá tomava um caráter individual, ligado a sorte do escravo, agora separado do seu grupo familiar de origem.
A qualidade das relações entre um indivíduo e seu Orixá, pois, diferente, caso ele se encontre na África ou no Brasil. Na África, a realização das cerimônias de adoração ao orixá é assegurada pelos sacerdotes designados para tal. Os outros membros da família ou grupo não tem outros deveres se não o de contribuir materialmente para os custos do culto, podendo , entretanto, se assim o desejar, participar nos cantos, danças e festas animadas que acompanham essas celebrações. Devem além disso, respeitar as proibições alimentares e outras ligadas ao culto do seu orixá, e assim agindo , estará perfeitamente em regra com suas obrigações.
No Brasil, ao contrário, cada um tem que assegurar pessoalmente as minuciosas exigências do orixá, tendo porém a possibilidade de encontrar em um terreiro um meio onde inserir-se a um pai ou mãe de santo capaz de guiá-lo e ajudá-lo a cumprir corretamente as suas obrigações em relação a seu orixá, onde se torna abià, logo iyawo, obrigações de 1, 3 e sete anos, onde recebe o título de egbomi ( o meu mais velho), onde nesta fase o egbomi já pode abrir o seu próprio egbe.
Existe porém uma lenda sobre ilè ifé, onde diz que a terra se espalha criando uma grande sociedade entre povos iorubas etc... No Brasil, temos essa interessante representação dentro dos terreiros. A “cumieira”, onde representa o orun (céu) e o “ariaxé”, representando o ayè (terra). A partir daí, se cria uma grande sociedade, o egbé. E a terra gira representada pelos orixás dançando em volta desse egbé.
Orun Cumieira
Paneta terra representado pelos orisas em terra
Ayè Ariaxé
A religião dos Orixás esta ligada à família. As famílias numerosas, originárias de um mesmo antepassado, que engloba os vivos e os mortos. O orixá seria, em princípio, um ancestral divinizado, que em sua vida estabeleceu vínculos que lhe garantiram um controle sobre certas forças da natureza.
O poder, AXÈ, do ancestral-Orixá, teria após a sua morte, a faculdade de encarnar-se, momentaneamente, em um de seus descendentes durante um fenômeno de possessão por ele provocado.
A passagem da vida terrestre a condição de Orixá desses seres excepcionais, possuidores de um axé poderoso produz-se em geral, em um momento de paixão/ira.
Esses antepassados divinizados não morriam de morte natural. Possuidores de um axé muito forte, sofriam uma metamorfose nesses momentos de crise emocional, provocado pela cólera e outros sentimentos violentos. O que neles era material desaparecia, queimado por essa paixão, e deles restava somente o axé, poder em estado de energia pura. Era preciso para que o culto pudesse ser criado, que um ou vários membros da família tivesse sido capaz de estabelecer odu orixá, “um vaso enterrado no chão, até mais ou menos três quartos de sua altura, pelos seus adeptos”. Ele serve de recipiente ao objeto suporte da força, “o axé do orixá”. Este objeto suporte é a “base material palpável, estabelecida pelo orixá, que receberá a oferenda e será impregnada pelo sangue do animal sacrificado; devidamente sacrilizado, será o traço de união entre os homens e a divindade”.
A natureza desses objetos está ligada ao caráter do deus, quer por ele ser uma emanação como a pedra, edun ara de Xangô, ou um seixo do fundo do riacho, ota de oxum, etc..
O Orixá é uma força pura, axé imaterial que só se torna perceptível aos seres humanos, incorporando-se em um deles, possibilitando ao orixá, voltar a terra para saudar e receber provas de respeito dos que o evocam. Nas cerimônias de adoração ao ancestral divinizado, que ao incorporar-se ao yiawo, reencontra, por alguns instantes, sua antiga personalidade espiritual de outra com sua qualidades e seus defeitos, seus gostos, suas tendências, seu caráter agradável ou agressivo, voltando assim, momentaneamente a terra, entre seus descendentes, durante cerimônia de evocação, os orixás dançam diante deles e com eles, recebendo seus comprimentos “ouvem suas queixas, concedem graças, resolvem suas desavenças e consola seus infortúnios. O mundo celeste não está distante, nem superior, e o crente pode conversar diretamente com os deuses e aproveitar da sua benevolência.
Na África cada orixá estava ligado, originalmente, a uma cidade ou a um país inteiro. Tratava-se de uma série de cultos regionais ou nacionais, Sangò em Oyó, Iemòjá em Egbò, Ýewá em Egbado, Ogum em Ekiti e Ondò, Osum em Ilesa e Ijebú, Erinlè em Olobù, Logunede em Ijesa, Otin em Inixa, Oxalá-Obatala em Ifé, subdividido em Osolufan em Ifam e Osoguian e Ijigbò.
Os Orixás viajaram, em seguida para outras regiões africanas, levados pelos povos no curso de suas migrações. Se as pessoas formavam um grupo numeroso, o Orixá tomava tal amplitude que englobava o conjunto da família, e alguns olorixás, asseguravam o culto para todo o grupo. Se alguém fixava com sua família restrita a sua mulher e seus filhos, o Orixá assumia uma feição pessoal. Quando o africano era transportado para o brasil, o Orixá tomava um caráter individual, ligado a sorte do escravo, agora separado do seu grupo familiar de origem.
A qualidade das relações entre um indivíduo e seu Orixá, pois, diferente, caso ele se encontre na África ou no Brasil. Na África, a realização das cerimônias de adoração ao orixá é assegurada pelos sacerdotes designados para tal. Os outros membros da família ou grupo não tem outros deveres se não o de contribuir materialmente para os custos do culto, podendo , entretanto, se assim o desejar, participar nos cantos, danças e festas animadas que acompanham essas celebrações. Devem além disso, respeitar as proibições alimentares e outras ligadas ao culto do seu orixá, e assim agindo , estará perfeitamente em regra com suas obrigações.
No Brasil, ao contrário, cada um tem que assegurar pessoalmente as minuciosas exigências do orixá, tendo porém a possibilidade de encontrar em um terreiro um meio onde inserir-se a um pai ou mãe de santo capaz de guiá-lo e ajudá-lo a cumprir corretamente as suas obrigações em relação a seu orixá, onde se torna abià, logo iyawo, obrigações de 1, 3 e sete anos, onde recebe o título de egbomi ( o meu mais velho), onde nesta fase o egbomi já pode abrir o seu próprio egbe.
Existe porém uma lenda sobre ilè ifé, onde diz que a terra se espalha criando uma grande sociedade entre povos iorubas etc... No Brasil, temos essa interessante representação dentro dos terreiros. A “cumieira”, onde representa o orun (céu) e o “ariaxé”, representando o ayè (terra). A partir daí, se cria uma grande sociedade, o egbé. E a terra gira representada pelos orixás dançando em volta desse egbé.
Orun Cumieira
Paneta terra representado pelos orisas em terra
Ayè Ariaxé
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