terça-feira, 30 de setembro de 2008

A Vida dos Orixás

A Vida dos Orixás

A religião dos Orixás esta ligada à família. As famílias numerosas, originárias de um mesmo antepassado, que engloba os vivos e os mortos. O orixá seria, em princípio, um ancestral divinizado, que em sua vida estabeleceu vínculos que lhe garantiram um controle sobre certas forças da natureza.
O poder, AXÈ, do ancestral-Orixá, teria após a sua morte, a faculdade de encarnar-se, momentaneamente, em um de seus descendentes durante um fenômeno de possessão por ele provocado.
A passagem da vida terrestre a condição de Orixá desses seres excepcionais, possuidores de um axé poderoso produz-se em geral, em um momento de paixão/ira.
Esses antepassados divinizados não morriam de morte natural. Possuidores de um axé muito forte, sofriam uma metamorfose nesses momentos de crise emocional, provocado pela cólera e outros sentimentos violentos. O que neles era material desaparecia, queimado por essa paixão, e deles restava somente o axé, poder em estado de energia pura. Era preciso para que o culto pudesse ser criado, que um ou vários membros da família tivesse sido capaz de estabelecer odu orixá, “um vaso enterrado no chão, até mais ou menos três quartos de sua altura, pelos seus adeptos”. Ele serve de recipiente ao objeto suporte da força, “o axé do orixá”. Este objeto suporte é a “base material palpável, estabelecida pelo orixá, que receberá a oferenda e será impregnada pelo sangue do animal sacrificado; devidamente sacrilizado, será o traço de união entre os homens e a divindade”.
A natureza desses objetos está ligada ao caráter do deus, quer por ele ser uma emanação como a pedra, edun ara de Xangô, ou um seixo do fundo do riacho, ota de oxum, etc..
O Orixá é uma força pura, axé imaterial que só se torna perceptível aos seres humanos, incorporando-se em um deles, possibilitando ao orixá, voltar a terra para saudar e receber provas de respeito dos que o evocam. Nas cerimônias de adoração ao ancestral divinizado, que ao incorporar-se ao yiawo, reencontra, por alguns instantes, sua antiga personalidade espiritual de outra com sua qualidades e seus defeitos, seus gostos, suas tendências, seu caráter agradável ou agressivo, voltando assim, momentaneamente a terra, entre seus descendentes, durante cerimônia de evocação, os orixás dançam diante deles e com eles, recebendo seus comprimentos “ouvem suas queixas, concedem graças, resolvem suas desavenças e consola seus infortúnios. O mundo celeste não está distante, nem superior, e o crente pode conversar diretamente com os deuses e aproveitar da sua benevolência.
Na África cada orixá estava ligado, originalmente, a uma cidade ou a um país inteiro. Tratava-se de uma série de cultos regionais ou nacionais, Sangò em Oyó, Iemòjá em Egbò, Ýewá em Egbado, Ogum em Ekiti e Ondò, Osum em Ilesa e Ijebú, Erinlè em Olobù, Logunede em Ijesa, Otin em Inixa, Oxalá-Obatala em Ifé, subdividido em Osolufan em Ifam e Osoguian e Ijigbò.
Os Orixás viajaram, em seguida para outras regiões africanas, levados pelos povos no curso de suas migrações. Se as pessoas formavam um grupo numeroso, o Orixá tomava tal amplitude que englobava o conjunto da família, e alguns olorixás, asseguravam o culto para todo o grupo. Se alguém fixava com sua família restrita a sua mulher e seus filhos, o Orixá assumia uma feição pessoal. Quando o africano era transportado para o brasil, o Orixá tomava um caráter individual, ligado a sorte do escravo, agora separado do seu grupo familiar de origem.
A qualidade das relações entre um indivíduo e seu Orixá, pois, diferente, caso ele se encontre na África ou no Brasil. Na África, a realização das cerimônias de adoração ao orixá é assegurada pelos sacerdotes designados para tal. Os outros membros da família ou grupo não tem outros deveres se não o de contribuir materialmente para os custos do culto, podendo , entretanto, se assim o desejar, participar nos cantos, danças e festas animadas que acompanham essas celebrações. Devem além disso, respeitar as proibições alimentares e outras ligadas ao culto do seu orixá, e assim agindo , estará perfeitamente em regra com suas obrigações.
No Brasil, ao contrário, cada um tem que assegurar pessoalmente as minuciosas exigências do orixá, tendo porém a possibilidade de encontrar em um terreiro um meio onde inserir-se a um pai ou mãe de santo capaz de guiá-lo e ajudá-lo a cumprir corretamente as suas obrigações em relação a seu orixá, onde se torna abià, logo iyawo, obrigações de 1, 3 e sete anos, onde recebe o título de egbomi ( o meu mais velho), onde nesta fase o egbomi já pode abrir o seu próprio egbe.
Existe porém uma lenda sobre ilè ifé, onde diz que a terra se espalha criando uma grande sociedade entre povos iorubas etc... No Brasil, temos essa interessante representação dentro dos terreiros. A “cumieira”, onde representa o orun (céu) e o “ariaxé”, representando o ayè (terra). A partir daí, se cria uma grande sociedade, o egbé. E a terra gira representada pelos orixás dançando em volta desse egbé.

Orun Cumieira

Paneta terra representado pelos orisas em terra
Ayè Ariaxé

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Crianças na Umbanda


"A criança é o presente de Deus à família. Cada criança é criada na imagem especial e semelhança de Deus por maiores coisas - amar e ser amado."

Madre Teresa de Calcutá

Por força de expressão, também chamadas de "beijada", "Ibejis", "Erês", "Cosminhos" ou, o que é o mais correto, simplesmente crianças. Muito temos a aprender com as Crianças na Umbanda, "se todos tivessem olhos de Crianças não haveriam mais guerras", "Se nos permitirmos ser mais crianças, em nosso dia-a-dia, seriamos muito mais alegres", "A pureza das Crianças é cor em nossas vidas", "O Reino dos Céus pertence às Crianças, aos puros de coração", "Quando as Crianças estão em terra tudo vira arco-íris" e etc.
Muitos não conseguem ver a importância dos trabalhos das Crianças, não percebem o quanto elas realizam apenas "brincando" e comendo doces.
Muitas Crianças que incorporam na Umbanda são encantados que nunca encarnaram, outras encarnaram apenas uma vez. Estão mais ligadas ao plano encantado da natureza do que ao natural humano, Crianças vibram as forças da natureza de forma sutil, mas de forma intensa, assim umas são das cachoeiras, outras das praias, do mar, das pedreiras, das matas…
Quando incorporadas elas vibram, o tempo todo, a energia encantada do reino a que estão ligadas, basta entrar na sua sintonia infantil, brincando e comendo doces, que acontece toda uma limpeza espiritual.
Energias negativas são absorvidas pelos mistérios que sustentam o trabalho das Crianças pela esquerda e pelo embaixo, enquanto o alto e a direita irradiam a energia que precisamos para nos amparar e mudar nossa visão de mundo.
Muitas vezes queremos que nossa vida mude e esquecemos que se nós não mudamos nosso comportamento a vida também não muda.
Crianças nos ajudam e muito a renovar nossas atitudes, a começar de novo, como uma criança que começa outra vez sua tarefa no plano material.
Crianças estão muito ligadas às cores, ao arco-íris, alegria, desprendimento material e pureza. As Crianças não são "espíritos adultos" se passando por crianças, o que não seria nada natural, e sim "espíritos infantis", espíritos que ainda não se humanizaram por completo.
Estão mais ligadas as realidades anteriores da humana, aos planos encantados da natureza, que "estagiamos" antes de entrar no natural de reencarnações na matéria. Estão em um estágio anterior, por isso podemos considera-las espíritos infantis e elas nos vêem como mais velhos.
Mas não tem a mente adormecida, algumas têm lembranças de séculos. Para vir na Umbanda passam por um preparo no astral, elas chamam de escolinha, respondem no grau de guias pois tem muito a dar e realizam um trabalho muito importante.
Muitas trabalham acompanhando de perto a nossa infância, enquanto somos crianças elas têm maior acesso e facilidade para nos ajudar pois nossa vibração fica mais próxima à delas.
Resumindo crianças trabalham e muito, que para elas é uma alegria. Temos crianças de todos os Orixás, a "força Ibeji" é a força infantil do plano encantado das Crianças, um dos Orixás mais atuantes na corrente das crianças é Oxumaré (lembre-se das cores, bexigas e arco-íris).
Podemos oferenda-las em praças, parques e cachoeiras, ou um outro local especificado pelas mesmas.

Texto recebido por email.

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Oração aos Boiadeiros



Getuá

Meu amigo Boiadeiro!


Tu que guia teu gado pelas porteiras dos caminhos de Ogum, que passa por rios, sob Sol e chuva com seu berrante a anunciar tua chegada, com teu chicote em punho, hábil com o laço e não deixa demanda criar, ajuda-me nesta hora, abra as porteiras de meus caminhos, traga no teu laço aqueles que me querem mal, que na sua chibata haja justiça de minha causa.
Que eu encontre em meus caminhos a solução pros meus pedidos.

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Reflexão
















“Existem médiuns que por pequenos problemas ou até mesmo por um passeio, deixam de vir aos trabalhos espirituais. Esquecem que fizeram um juramento ao Pai Oxalá, onde disseram que estariam dispostos às renúncias exigidas pela Umbanda. O termo “corrente mediúnica” não é usado à toa. Cada um dos membros da engira é um elo que precisa ser cuidado para estar sempre limpo e forte. Esse zelo praticado pelos Orixás, Guias e Protetores Espirituais, acontece a todos que cumprem fielmente sua missão. Porém, aquele que falta ou fica afastado, vira um elo exposto, sujeito às intempéries do sol, da chuva e do vento, tornando-se com o tempo, uma peça “enferrujada” que precisará de um tratamento mais forte para sua recuperação, uma vez que o “ferrugem na alma” reflete na matéria, fazendo com que, aquele que deveria estar aqui ajudando, precise vir ao terreiro para ser ajudado”.



Caboclo ubatuba

Boiadeiro Rei

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